28 de mai. de 2010

Cadastro Único para Programas Sociais - uma poderosa ferramenta.

A implantação do Sistema Único de Assistência Social tem se mostrado um desafio interessante de ser vencido.
Foram décadas de estudos e debates, de conferências, de atividades cotidianas sendo pensadas e resignificadas por um grupo de pessoas, profissionais da Assistência ou não, que buscavam incansavelmente a ruptura de um modelo da política de Assistência que só aprofundava as relações de tutela, de dependêencia, de desigualdade nas relações entre as pessoas com uma forte presença da caridade e da "mão da Igreja".
O país passou a assistir uma verdadeira revolução na área social com a atuação firme do Ministério do Desenvolimento Social e Combate à Fome, com apoio e sensibilidade às causas sociais por parte do Presidente Lula, sendo implantados diversos programas - como o Programa Bolsa Família, por exemplo.
A construção desse novo modelo (o SUAS) descentralizado, baseado na família e nas políticas intersetoriais; com enfase na elaboração e fortalecimento de políticas públicas, abriu caminho para a reformulação do jeito que a gestão das informações advindas das pessoas que se utilizavam de programas sociais era utilizadas até o momento.
Com a reformulação do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico - criado em 2001), passamos a conviver com uma poderosa ferramenta de auxilio estratégico à gestão pública, servindo como mola propulsora para o fomento de políticas públicas na área social.
O CadÚnico tem como objetivo o cadastramento de famílias vulneráveis no municipio, que recebam até 3 salários mínimos ou que tenham renda per capita de até 1/2 salário mínimo, a fim de que essas pessoas possam ser inseridas em programas sociais e que o estado e o municipio possam ter informações a fim de melhor planejar as suas ações de Governo.
Tenho trabalhado na coordenação do CadÚnico em meu município desde o início deste ano e posso afirmar que já produzimos muitos avanços com a equipe.
Neste cenário participei essa semana de uma capacitação para a implantação dos novos formulários do CadÚnico, na cidade de Águas de São Pedro.
Como o próprio nome do curso já dizia esperava "mudanças de formulários", porém ao passo que ia tendo contato com informações mais específicas e detalhadas, pude perceber que não estamos somente à frente de mudanças de formulários.
O MDS reformula conceitos de atuação dos profissionais de Assistência Social e nos coloca a responsabilidade produzirmos informações e contribuirmos ainda mais com a formulação de projetos, programas e políticas públicas.
Prioriza a otimização dessa ferramenta (o CadÚnico) para todos os programas sociais, integra sua base com o IBGE e o IPEA; lança um olhar muito especial aos povos tradicionais (quilombolas e indígenas) e às pessoas em situação de rua; reforça o papel do entrevistador nesse processo como peça fundamental para o sucesso da coleta de dados; avalia o grau de abarngência de cobertura dos programas sociais do Governo Federal; instrumentaliza a Proteção Social Básica e Especial, com algo essencial: as informações sistematizadas da realidade das famílias atendidas!
Ao término dessa capacitação, fica pra mim a motivação de que Rio Claro se encontra no caminho certo, cada vez mais é preciso Conhecer para Incluir!

22 de abr. de 2010

As minhas famílias

Quando Tarsila do Amaral pintou o quadro "A Família" em 1925, acabara de viajar pelo Brasil, já havendo iniciado sua pintura "pau-brasil", "...dotadas de cores e temas acentuadamente brasileiros.", conforme descrito no site http://www.tarsiladoamaral.com.br/.
Escolhi essa imagem para tratar dos assuntos "FAMÍLIA" do Blog Pela Fresta da Caverna, não só pelo fato de retratar uma família brasileira, mas também para prestar uma homenagem a esta grande artista e pelo fato de me identificar pela sua numerosa composição.
A partir de minha trajetória no Conselho Tutelar de Rio Claro (2003-2007), tive contato com as mais diversas composições familiares, que ao aprofundar os estudos em relação à Assistência Social, de fato aquele modelo familiar, onde o "papai" vai trabalhar, para sustentar a casa, e a "mamãe" fica em casa cuidando de sua limpeza e organização e da educação das "crianças", há muito não existe.
Nesse contexto, esse espaço vai ser destinado ao debate das relações que construi junto com as minhas famílias.
Quando comecei a pensar em escrever para um Blog, remexer em artigos antigos, em textos e fotos, pude perceber que tem muita coisa que gostaria de escrever, das questões mais próximas de minha existência - minha infância, adolescência e juventude, até os dias de hoje, passando pelas histórias com minhas irmãs, meus pais, meus sobrinhos e parentes de sangue, as escolas onde estudei, os grupos dos quais participei, meus empregos, minhas famílias de escolha, meus amigos e por aí vai...
E lembrando dessas passagens, muito pessoais, acabo revivendo cenários e sentimentos, me emocionando percebendo que tanta gente fez e continua fazendo parte dessa trajetória e com certeza acabo resignificando um pouquinho de minha trajetória.
Além disso, se torna um espaço de socialização de muitas histórias, de muitas emoções...
Juntamente com tudo isso, senti o desejo de também, coletivamente, registrar, refletir e de debater um novo momento: a paternidade!
É nesse cenário que meu filho surge...
Num momento de reflexão, de pensar o passado e repensar o futuro. De projetar a construção de mais uma família!

19 de abr. de 2010

Um pouco do começo…

Quando mais jovem trabalhei em uma escola de informática. Fazia divulgação de cursos e monitoria em algumas turmas.
Foi naquele momento que passei a ter contato diretamente com a tecnologia dos computadores. Naquela época os disquetes eram grandes, impressoras de fita e computador ultra moderno era “286”.
Pen drive, email, internet, notebooks e blogs ainda não faziam parte de minha vida, aliás nem os celulares chegavam perto do que temos hoje.
E olha que tudo isso nem faz muito tempo...
Nesse sentido venho acompanhando a evolução tecnológica e como que essas mudanças tem influenciado minha vida.
De um outro lado sempre tive gosto e facilidade para escrever. Da escola estadual “Marcello Schmidt” e “Joaquim Ribeiro”, do Colégio “Arthur Bilac” e posteriormente da UNESP e agora METODISTA, tive a oportunidade de refletir e aprofundar meus conhecimentos sobre “essa coisa” que é a escrita – tive e continuo tendo muitos bons professores. Em outro momento posso escrever sobre essas passagens... porém meu objetivo neste momento é juntar essas duas coisas: a tecnologia e o ato de escrever.
Escrevia mais, é verdade. De um tempo pra cá a produção de textos não ultrapassou a fronteira da acadêmia e dos profissionais, tampouco juntou tudo isso, porém a inquietação de voltar a escrever e a de utilizar os meios oriundos da internet culminou na criação desse blog: Pela fresta da Caverna.
Fora os grandes blogs nacionais, o primeiro contato com alguém “mais perto de mim” que começava a escrever, e não me lembro se ao certo era blog, foi o “Poucas e Boas da Mari” (http://www.poucaseboasdamari.com/), da jornalista Mari Valadares, com quem tive contato nas eleições de 2004; depois disso o Marcius Patrizi, companheiro de lutas, começou a escrever no“Blog do Marcius” (http://blogdomarcius.blig.ig.com.br/) e por fim, veio o Luiz Medrano, amigo de Academia, de política, de gestão pública e de camarão na moranga, que através do “Blog do Medrano” (http://blogdomedrano.blogspot.com/), ficou me incentivando para iniciar essa jornada.
Isso veio a se juntar com o grande e sempre presente incentivo de minha família, de tantas pessoas que estão do meu lado de alguma forma, ou que já estiveram e de uma poetisa, que veio junto com a “pequena” fortalecer a idéia de escrever...
Foi esse núcleo que começou a ajudar nessa empreitada: eu, a “pequena” e a “poetisa”.
Foram muitas conversas para a definição do nome do blog.
Parece fácil, né? Mas não foi tão fácil assim...
Nomes ligados ao meu próprio nome, nomes de fantasia, chuvas de idéia... mas afinal do que eu iria escrever?
Decidimos pensar nisso primeiro.
Alguns temas não poderiam ficar de fora, porém como iniciar o processo de escrever? Qual a regra?
Decidimos depois de muitas conversas que talvez, independente do tema, a amarração fosse o debate, a busca pelo conhecimento, a troca de idéias.
Daí veio a reflexão sobre o Mito da Caverna, de Platão e o conseqüente nome dado ao blog.
Que tal?
A idéia é de poder debater, expor, propor e contrapor questões ligadas às minhas famílias, a política e a gestão pública. Familias de hoje, de ontem e de todo o sempre. Familias que transcedem os laços sanguineos e àquela da árvore genealógica também.
Das questões políticas que permeiam a minha existência e foram introduzidas no meu dia-a-dia conscientemente, por uma mulher mais do que guerreira (que faz parte de minhas famílias). E isso assim até hoje!
Da gestão pública, por conta da possibilidade de juntar as duas questões primeiras, com umas boas pitadas de conhecimento, estudos e reflexões teóricos, com a prática cotidiana, com o intuito de poder contribuir para melhorar a vida das pessoas de minha cidade.
Esse é o "Pela fresta da Caverna", com as reflexões da sombra, das frestas, das luzes, da opinião, do conhecimento, do belo e da justiça!